
Hoje, o caso Emanuel chegou ao fim. Na manhã desta terça-feira (25), teve início o julgamento de Joseval Alves dos Santos, acusado de homicídio qualificado e ocultação de cadáver do jovem Emanuel Oliveira Lima. Após quase 10 horas de julgamento, o Conselho de Sentença decidiu acolher a tese do Ministério Público e condenou o réu.
O juiz Yago Daltro Ferraro Almeida, ao proferir a sentença, focou no princípio da dosimetria da pena, analisando fatores como a posição de professor ocupada pelo réu, a proximidade com a vítima e o trauma da família, que precisou vender sua casa por não suportar continuar morando próximo ao local do crime. A pena total foi fixada em 33 anos de reclusão em regime fechado, 360 dias-multa, sem possibilidade de responder em liberdade.
Júri
O julgamento teve início por volta das 10h. Após o sorteio dos jurados, as testemunhas começaram a ser ouvidas.
Uma das testemunhas relatou que, ao chegar à casa do acusado, sentiu um mau cheiro, mas acreditou se tratar de urina de gato.
Joseval afirmou que tinha uma excelente relação de amizade com a vítima. Ele disse que encontrou Emanuel na mesma posição em que havia dormido, mas com espuma amarela saindo pelo nariz. Tentou detectar o pulso, mas não encontrou sinais vitais. Relatou que ficou desesperado, foi dormir e acordou às 10h.
Ele passou dias planejando o que faria, sem saber como agir por medo de represálias. Por fim, decidiu esquartejar e enterrar o corpo.
"Eu preferia estar no lugar dele", disse Joseval.
Ao ser questionado se se arrependia, respondeu:
"Amargamente. Tanto que abandonei o uso de drogas. O resto foi só destruição: na minha vida, na da minha família e na de Emanuel, que sofre até hoje."
A defesa pediu que o réu respondesse apenas pela ocultação de cadáver e, caso fosse condenado por homicídio, que a tipificação fosse culposa.
O promotor de Justiça, Rodrigo Anjo Coutinho, sustentou as provas do processo e o laudo pericial, que comprovou que a vítima morreu em decorrência do esquartejamento, e não de uma suposta overdose.
Após o encerramento, o promotor de Justiça foi ovacionado por familiares, amigos e populares que acompanharam as 10 horas de julgamento de pé.
Relembre o caso
No final de abril de 2023, a cidade de Cardeal da Silva e municípios vizinhos se mobilizaram nas buscas pelo jovem Emanuel Oliveira Lima Leite, desaparecido desde a noite de 20 de abril, quando saiu de casa e não foi mais visto.
Durante quase um mês, buscas foram realizadas por toda a região, envolvendo diversas pessoas e instituições. Infelizmente, o desfecho veio em 17 de maio, de forma trágica.
O corpo de Emanuel foi encontrado em uma área de mata no povoado de Umbaúba, em Cardeal da Silva. No local, havia duas covas rasas: uma contendo o tronco, a cabeça e os braços da vítima, e a outra, as pernas.
O professor Joseval Alves dos Santos, que chegou a participar das buscas, confessou a ocultação do cadáver, mas negou o homicídio. Ele alegou que o jovem possivelmente morreu de overdose após consumir uma solução química que ele próprio havia preparado, contendo codeína, Dimorf e bebida alcoólica.
No entanto, em janeiro de 2024, o laudo pericial necroscópico revelou que a vítima morreu devido a uma hemorragia causada pelo esquartejamento do corpo, descartando a hipótese de overdose e confirmando o crime de homicídio.
Fonte: Portal Entre Rios News
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