A Polícia Civil, por meio da Delegacia Territorial de Itiúba, concluiu o inquérito policial que investigava o desaparecimento de Davi Lima da Silva, ocorrido em março de 2021 no povoado de Varzinha, zona rural do município de Itiúba, na Bahia.

A ossada de Davi foi localizada em novembro do ano passado. Foto: Arquivo pessoal / Ascom PC
De acordo com as investigações, não foram encontradas evidências de sequestro, violência ou ação dolosa de terceiros. A ossada de Davi foi localizada em novembro do ano passado no povoado de Picos, em um local de difícil acesso e sem marcas de violência, sugerindo que o garoto se perdeu na mata e morreu por causas naturais ou acidentais.
O inquérito foi instaurado logo após o desaparecimento, com a realização de diligências em campo, oitivas de testemunhas e coleta de provas. As buscas envolveram forças policiais, populares, cães farejadores, helicópteros, drones e outros recursos tecnológicos. Dezenas de testemunhas foram ouvidas, e perícias foram realizadas em vestígios encontrados no local do desaparecimento. A Polícia Civil também solicitou medidas como busca e apreensão, quebra de sigilo telefônico e de dados, além de realizar uma reprodução simulada do caso.
Participaram das investigações a Delegacia Territorial de Itiúba, a 19ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin) de Senhor do Bonfim, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP) e o Departamento de Polícia do Interior (Depin).
“Não medimos esforços para elucidação do caso. Depoimentos, diligências, análises de denúncias anônimas, medidas cautelares, reprodução simulada e exames periciais foram realizados, constatando-se a ausência de crime”, destacou o coordenador regional Atílio Dias da Silva Tércio.
O inquérito foi encaminhado ao Poder Judiciário no dia 14 de março, para avaliação e manifestação do Ministério Público. O caso, que mobilizou a comunidade e as forças policiais, segue agora para a fase de análise legal.
Relembre o caso

Foto: Ascom PC
Informações iniciais, divulgadas na época do desaparecimento da criança, apontavam que, provavelmente, Davi havia sido sequestrado enquanto caminhava até a casa da tia, que ficava a cerca de 300 metros da casa da avó, onde estava. No entanto, nada foi oficialmente confirmado.
Após o desaparecimento de Davi, Lília e Edson, junto com vizinhos e familiares, iniciaram intensas buscas na região, principalmente em uma área de mata, mas sem sucesso.
A busca envolveu também uma equipe do Corpo de Bombeiros, que contou com o auxílio de cães farejadores e helicópteros. Durante a operação, foi encontrada apenas uma sandália pertencente ao menino, mas os bombeiros acreditaram que o calçado havia sido "implantado" no local, devido ao fato de que várias pessoas já haviam passado por ali sem notá-lo.
A Polícia Civil da Bahia confirmou, na noite de terça-feira (14), que a ossada encontrada na zona rural de Itiúba, no norte da Bahia, pertencia a Davi Lima Silva, menino de 12 anos que estava desaparecido há três anos e nove meses.
Em entrevista à repórter Lara Linhares, da TV Aratu, o pai de Davi, Edson Alves, disse que finalmente poder enterrar o filho é um alívio para a família:
"Fica a sensação de que se findou essa parte, porque é um sofrimento que a gente tinha diariamente. Todo dia era um luto. A gente acordava e pensava: 'Será que ele já acordou? Será que comeu?'. A mãe, principalmente, está em casa, muito aflita, chorando. [...] A nossa vida paralisou. Quem fez isso, causou uma catástrofe na nossa família".
Segundo Edson, a mãe da criança, a fotógrafa Lília Lima, ainda tinha esperanças de encontrar o filho com vida. "A gente está aqui, passando por esse momento difícil", relatou.
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