Centenas de arraias foram encontradas mortas na Marina do Bonfim, em Salvador, nesta quarta-feira, 5. Os animais estavam sem cabeças e aparentemente semi-tratados, o que indica que foram abandonados na praia. O descarte provocou um forte odor, que contaminou a área e dificultou a rotina de pescadores e marisqueiros locais.
De acordo com a marisqueira Célia Sodré, que trabalha na região, esse tipo de descarte é recorrente. "Isso acontece sempre. No mês passado, jogaram sardinha e cabeças de lagosta. Não conseguimos nem mariscar naquele período. E hoje é a mesma coisa", afirmou, ressaltando que o odor no local, que piora com o calor, torna impossível trabalhar no local.
O pescador Ariosvaldo também se mostrou indignado com a situação, que, segundo ele, impacta diretamente a profissão. "Moro aqui há quase 40 anos e nunca vi algo assim. E eu fico tentando entender por que fizeram isso. Descartar tanto peixe podre na beira da praia é um absurdo. Nossa orla é linda e recebe turistas", lamentou.
Ariosvaldo ainda sugeriu que a Polícia Federal investigue o mercado de peixe local, uma vez que ele acredita que a quantidade de peixes descartados não seria originária de pescadores. "Esse peixe veio do mercado. Alguém recebeu esses peixes, resgatou o que pôde e descartou o restante aqui na praia da Ribeira e na Pedra Furada", afirmou. O pescador acredita que a situação exige uma fiscalização mais rigorosa para evitar o descarte ilegal de produtos pesqueiros.
A reportagem do Portal A TARDE entrou em contato com o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), que informou tomar conhecimento descarte irregular pela imprensa, e que "embora a atividade não esteja diretamente relacionada ao órgão, uma equipe foi enviada ao local e a Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb) foi acionada para remoção dos animais e limpeza da área”.
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