A prefeita reeleita de Cansanção, Vilma Rosa de Oliveira Gomes (MDB), foi condenada mais uma vez à prisão. após decisão da Justiça Federal, a qual entendeu que a atual prefeita cometeu fraude licitatória e integrou organização criminosa entre os anos de 2011 e 2015 com o objetivo de desviar dinheiro da Secretaria da Saúde do município. Á época, Vilma Gomes, e esposa do então prefeito, Ranulfo Gomes, atuava como secretária de Saúde.
Por intermédio da quebra de sigilo bancário e telefônico, a Justiça Federal interceptou conversas de Vilma Gomes, reeleita nas últimas eleições em Cansanção, com familiares e outros denunciados.
A gestora teve pena prevista de nove anos, quatro meses e 25 dias de prisão, além de 285 dias-multa. A pena deve ser cumprida, de forma inicial, em regime fechado. A Justiça Federal concedeu à Vilma, o direito de recorrer em liberdade, "haja vista o fato de que não se encontra presente qualquer das hipóteses que autorizam a prisão preventiva".
A condenação vem também em decorrência da "Operação Making Of", já que de acordo com a Policia Federal, o prefeito Ranulfo Gomes "teria criado uma organização criminosa, com o objetivo de controlar as contratações realizadas sob a gestão, para anular o caráter competitivo das licitações e direcionar contratos da Prefeitura às empresas pertencentes a ele ou à familiares".
De acordo com a Controladoria Geral da União, a fraude rendeu um valor maior que R$ 26 milhões, em contratos, para as empresas de familiares ligados a Gomes. A denúncia aponta ainda que Vilma Gomes controlava o Fundo Municipal da Saúde, levando a Justiça entender que a atual gestora teria "colaborado com as manipulações das licitações, demandar contratações e pagamentos para empresas vinculadas a familiares". Ainda de acordo com a investigação, a empresa "G.S Informática" teria sido beneficiada, empresa que estaria em nome de um sobrinho de Vilma Gomes, sendo que somente a gestora teria recebido R$ 1 milhão e 700 mil reais da Prefeitura.
O processo mostra também o percurso do dinheiro, já que laudos da CGU teriam apontado transferências de recursos entre Ranulfo e Vilma. Entre as empresas que integram o Grupo Gomes, Vilma teria repassado o valor de R$ 90 mil, por intermédio de quatro lançamentos, sendo um para a 'R.S Transportes e Logística' no valor de R$ 57.814,00, a outra em 17 lançamentos, para a 'Madeireira Gomes LTDA' e mais R$ 10 mil de uma só vez para a empresa do filho do casal.
O documento da Justiça aponta também que Vilma Gomes teria recebido R$ 424.327,48, oriundos da Prefeitura de Cansanção, por intermédio de 90 transações e mais R$ 127.182,73 vindos do Fundo Municipal de Saúde, entre outras transações de menores valores.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Cansanção e não teve as ligações, bem como outras tentativas de contato atendidas.
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