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Para enfrentar um ano com aumento recorde de casos de dengue em território nacional, o Ministério da Saúde já investiu mais de R$ 2,5 bilhões em 2024. Os recursos estão sendo utilizados por estados, municípios e Distrito Federal para reforçar as ações de vigilância e melhorar o atendimento médico à população.
Cerca de 580 municípios e 9 estados decretaram situação de emergência em saúde pública por arboviroses ao longo do ano e receberam incremento financeiro de cerca de R$ 244 milhões, por meio da Portaria GM/MS Nº 3.160 . Ainda em 2024, os investimentos para manter as cidades abastecidas com inseticidas e biolarvicidas foram em torno de R$ 130 milhões.
Para a vacinação contra a dengue, foram investidos mais de R$ 500 milhões em 2024. Até o momento, 1921 municípios estão sendo contemplados em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. São 6,5 milhões de doses, suficientes para vacinar 3,2 milhões de crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos. Para 2025, a pasta já contratou mais 9,5 milhões de doses – a capacidade máxima de fornecimento do único produtor mundial da vacina.
O Ministério da Saúde também investiu em novas tecnologias, como o método Wolbachia , no qual foram aplicados R$ 50 milhões. A Wolbachia é uma bactéria presente em cerca de 60% dos insetos, inclusive em alguns mosquitos. No entanto, não é encontrada naturalmente no Aedes aegypti . Quando presente neste mosquito, a bactéria impede que os vírus da dengue, zika , chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro dele, contribuindo para redução das doenças.
Para ajudar os entes federativos a custear os salários de Agentes de Combate às Endemias (ACEs) , até setembro de 2024, já foi destinado mais de R$ 1,6 bilhão, beneficiando cerca de 68 mil ACEs.
Os recursos também apoiarão a ampliação da rede assistencial de saúde para atender o aumento de casos de arboviroses , como dengue, chikungunya e Zika. O secretário-adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) , Rivaldo Venâncio, destacou que os repasses serão feitos de acordo com as necessidades locais. “O objetivo é evitar a sobrecarga das redes assistenciais, antecipando as ações antes que os municípios cheguem a decretar emergência em saúde pública”, afirma.
Novas ações em andamento
Entre as ações em implementação em 2024, está a ampliação do acesso à rede de atendimento, evitando mortes por dengue. Em municípios onde o número de casos aumentar, o Ministério da Saúde poderá sugerir a extensão do horário de funcionamento das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), oferecendo atendimento em turnos adicionais, além de organizar salas para hidratação dos pacientes com quadros mais graves.
Tecnologias e novos métodos de controle
Além das ações de assistência, parte dos recursos será utilizada para implementar novas tecnologias de controle do vetor Aedes aegypti. Entre elas, o Wolbachia, insetos estéreis, borrifação residual intradomiciliar e estações disseminadoras de larvicidas. Além disso, a ampliação do uso de Bacillus Thuringienses Israelensis (BTi), para controle da disseminação do mosquito. A expectativa é aumentar o número de municípios beneficiados por essas tecnologias.
Desafios e a participação da sociedade
Venâncio ressaltou que os desafios vão além dos aspectos epidemiológicos e logísticos. A participação ativa da população é fundamental para o sucesso das estratégias de controle do mosquito, uma vez que ele se prolifera em ambientes domésticos. “Estados e municípios, sozinhos, não conseguirão reduzir o impacto das arboviroses. A mudança de comportamento da população, cuidando melhor do ambiente ao seu redor, é essencial”, reforça o secretário-adjunto.
O Ministério da Saúde alerta que a forma mais eficaz de prevenir a dengue continua sendo a eliminação dos focos do mosquito, que se desenvolve em água parada. Medidas simples como tampar caixas d’água, limpar ralos e pias, cobrir potes de água de animais e evitar o acúmulo de lixo são fundamentais para impedir a proliferação do vetor.
Além disso, a pasta recomenda que a população faça uma inspeção semanal em suas residências para identificar possíveis focos e receba os agentes de combate às endemias. O uso de repelentes e a instalação de telas em portas e janelas também são medidas importantes de proteção.
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