Uma pesquisa realizada pela Serasa, no início deste ano, indica que mais da metade dos estudantes entrevistados (52%) tiveram que trancar os cursos por não conseguir pagar as mensalidades em dia. Os dados chamam atenção para a importância de acordos de quitação e renegociação, assim como para a gestão financeira pessoal dos universitários.
Entre os motivos mais comuns que levam esses estudantes a trancar o curso, o principal é o desemprego, com 31% de representatividade. Em seguida, apontado por 18% dos entrevistados está a necessidade de priorizar o pagamento de outras contas e 15% afirma que não conseguiu arcar com as mensalidades pela redução de renda que tiveram nesses últimos meses.
“O fato desses universitários terem pendências com as universidades impede que eles consigam continuar os estudos para de fato se formarem”, explica Mayara Oliveira, especialista da Serasa. Segundo a pesquisa, do total dos devedores, 42% querem regularizar as dívidas para poder voltar a estudar. Outros 37% pretendem apenas limpar o nome e 13% pretendem negociar para voltar a ter crédito no mercado.
O planejamento financeiro pode ser uma forma de evitar o endividamento, antes da necessidade de renegociação. “O planejamento é a melhor medida sempre. Para controlar os gastos é preciso disciplina e o uso de alguma ferramenta que possibilite uma visão do status semanal ou mensal, o importante é saber como estão as contas para não estourar o orçamento e entrar no vermelho”, afirma o economista Antônio Carvalho.
Quando a situação já saiu, do controle há outras indicações, como a renegociação das dívidas. O prazo para aderir ao “Desenrola Fies”, programa para a renegociação de dívidas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), terminou sábado. A reportagem entrou em contato com o Ministério da Educação para informações sobre uma possível prorrogação, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria. O Serasa recomenda que os universitários acessem a plataforma da Serasa pelo aplicativo ou pelo site e consultem quais são os descontos que estão disponíveis para essas pessoas.
Negociação da dívida
Sobre as medidas para renegociação, o consultor financeiro Raphael Carneiro indica cautela. “É importante entender e avaliar se o retorno dessa mensalidade vai caber no orçamento, e aí fazer os ajustes necessários para que essa mensalidade caba. Nem sempre a gente consegue reduzir, às vezes está no limite, e aí você tem que buscar um aumento de receita para fazer com que a mensalidade do curso superior caíba no orçamento”, sugere o consultor.
*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló
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